quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Primeiro Poema Metrificado

Se você aceitasse minha mão
Se esperássemos filhos
Se viesse menina em canção
Se chorasse vida em seu parto
Se viesse Deus sabe donde
Pra dormir em nosso quarto
Se a ela encontrássemos
Perdida de direção
Se você não fizesse questão.

S'enlaçadas nossas mãos
Coubéssemos nós três no retrato
Se fossemos para sempre,
Que nos fosse por um triz,
A ser feliz condenados
Ela poderia, meu amor,
Chamar-se Beatriz?


* Uma anedota sobre o poema *

A ideia veio quando eu ouvi a música Beatriz no álbum d' O Grande Circo Místico. Eu já conhecia a música, talvez como a maioria hoje, pela voz da cantora Ana Carolina. Mas, dessa forma ela fica solta em um álbum que não lhe pertence.
Beatriz foi composta por Chico Buarque e Edu Lobo para este balé chamado O Grande Circo Místico. Sim, exatamente isso: não existe só o Lago dos Cisnes. Enfim, ouvindo a música dentro do seu álbum, que alias é fantástico, ela me encantou como realmente deveria me encantar. E eu decidi, toda encantada, que minha filha se chamaria Beatriz, quando ela viesse, se ela viesse. Então fiquei me imaginando tentando convencer  "my partner" a chamarmos nossa filha assim. Aí saiu o poema.
Mas, quis fazer direitinho dessa vez, metrificado, pelo menos uma tentativa. Enfim, fiquei umas boas horas pra tentar calcular os versos e colocar as sílabas no lugar. Enquanto isso eu ouvia , pela primeira vez, o álbum Antônio Brasileiro do nosso mestre Tom Jobim. Na metade do meu trabalho uma das músicas do álbum me chamou atenção e foi enquanto ela tocava que eu terminei o poema. Voltei a música e me dei conta que ela foi feita por Tom para sua filha, e a menina cantava com ele: O Samba de Maria Luíza. Postei no meu face na hora o sambinha que é fofo por demais. Depois fiquei pensando que talvez a poesia tenha um carma ou sei lá o que. Achei loucura eu estar escrevendo um poema do nome da minha futura filha (se ela vier) enquanto Tom, do nada, em um álbum que eu esperava baixar a dois dias e ainda não sabia o que tinha dentro, cantava pra mim um samba com o nome da sua filha. Acho que me senti em harmonia com o maestro, tenho esse direito, não tenho?! (risos)