Tirei férias de mim,
Do meu ego,
Da minha boa vontade de me encontrar.
Me afastei dos silêncios que eu me impunha,
Da vontade frígida de esconder meus sorrisos.
Tirei férias sim, sem autorização!
Horário? Só se o sol e a lua quizerem me contar.
Doei todos os meus relógios, como se doa aquela coisa que já não funciona bem.
Meu passado deixei para aqueles que quiserem lembrar,
Eu particularmente tirei férias de mim.
Agora eu escrevo e não releio mais,
Eu caminho e não olho pra trás.
Pena que essas loucuras nos aconteçam tarde.
Só nos damos conta do quão suave é o ar no momento em que perdemos o fôlego.